Tecnologia Educacional

                     O uso social das tecnologias na instituição escola

        
         A tecnologia acompanha o processo civilizatório desde as primeiras sociedades até as atuais. O aperfeiçoamento dos sinais, símbolos e regras deram origem a escrita e com isso a comunicação é transformada, e hoje a necessidade de interação do homem com o processo de globalização é imprescindível, em outras palavras, cabe a este captar e interpretar a sociedade da informação, da comunicação e da multimídia que nos apresenta uma multiplicidade de linguagens.

         Constantemente acontecem transformações políticas, econômicas, sociais e tecnológicas. Essas transformações afetam profundamente a instituição escolar, cabe à mesma avaliar seus objetivos e suas práticas para acompanhar essas mudanças Garantir educação de qualidade é também garantir uma prática pedagógica que vincule a iniciação à pesquisa, ao conhecimento tecnológico e compreensão deste.
         A linguagem é um tipo específico de tecnologia, temos a oral, a escrita e a digital. De acordo com Kensky(2008,p28):
         A mais antiga forma de expressão, a linguagem oral, é uma construção particular de cada agrupamento humano. Por meio de signos comuns de voz, que eram compreendidos pelos membros de um mesmo grupo, as pessoas se comunicavam e aprendiam. A fala possibilitou o estabelecimento de diálogos, a transmissão de informações, avisos e notícias. A estruturação da forma particular de fala, utilizada e entendida por um grupo social, deu origem aos idiomas. O uso regular da fala definiu a cultura e a forma de transmissão de conhecimentos de um povo. Essa oralidade primária, que nomeia, define e delimita o mundo a sua volta, cria também uma concepção particular de espaço e tempo.

          A linguagem falada limitava o homem a seu grupo, consequentemente ao seu espaço, hoje a linguagem ainda é a principal forma de comunicação, o que mudou forma as maneiras como a linguagem oral é transmitida.

          É preciso conhecer e valorizar os modos de produção e de circulação da escrita na sociedade, pois a cultura escrita diz respeito às ações, valores, procedimentos e instrumentos que constituem o mundo.
          Conforme nos cita Kensky(2008,p.33), a linguagem digital impõe mudanças na forma de acesso às informações, adquire-se uma nova relação entre espaço e tempo.


                    “A linguagem digital, expressa em múltiplas TICs, impõe mudanças radicais nas formas de acesso à informação, à cultura e ao entretenimento”. O poder da linguagem digital, baseado no acesso a computadores e todos os seus periféricos, à internet, aos jogos eletrônicos, etc., com todas as possibilidades de convergência e sinergia entre as mais variadas aplicações dessas mídias, influência cada vez mais a constituição de conhecimentos, valores e atitudes. Cria uma nova cultura e outra realidade informacional’.


         Hoje falamos em redes, e estas integram e articulam grupos com os mesmos objetivos, temos uma relação mais dinâmica, a linguagem adquiri uma interatividade comunicativa em um pequeno espaço de tempo.
         Ainda, segundo Kensky, há uma relação entre conhecimento, tecnologia e poder, a evolução tecnológica serve também para alterar comportamentos, a banalização do uso de determinada tecnologia impõe-se à cultura existente e pode transformar todo um grupo social.

         Tecnologias não são neutras, possuem, possuem posições sociais e valores. O desenvolvimento tecnológico traz fatores que causam exclusão social, faz surgir novas classes sociais, pois nem todos têm a possibilidade de incluírem-se no mundo da informação e da comunicação, muitos cidadãos se sentem excluídos dos conhecimentos tecnológicos, consequentemente do mercado de trabalho, mas por outro lado as tecnologias possibilitam a troca de conhecimento entre as sociedades, ou melhor, difundem conhecimentos de uma forma global.
         A interferência da tecnologia pode ser tanto positiva como negativa, portanto faz-se necessária muita discussão sobre a mesma, faz-se necessário refletir sobre sua ação para a humanidade.

         A escola como instituição social deve exercer sua função e relação ao conhecimento e o uso das tecnologias. Conforme nos refere  PRADO (apud Almeida,1993,p.99) tudo o que é novo envolve reflexões e mudanças


                    “O aprendizado de um novo referencial educacional envolve mudança de mentalidade[...]mudança de valores, concepções, ideias e consequentemente, de atitudes, não é um ato mecânico. É um processo reflexivo, depurativo, de reconstrução, que implica em transformação, e transformar significa conhecer”.

         Ao mesmo tempo em que se mudam as tecnologias é preciso pensar em mudar as metodologias. As ferramentas tecnológicas não devem ter um caráter instrucionista, devem ser instrumentos de onde os educandos aprendam a explorar a criatividade, o diálogo, como por exemplo, na utilização de ferramentas de aprendizagem colaborativa como fóruns, blogs, entre outras. O educador ao planejar uma atividades com estas ferramentas ajuda os educandos s desenvolverem habilidades de manuseio, de organização, de escrita, de diálogo e intervenção. Dependendo da metodologia, na reciprocidade de um trabalho colaborativo o conhecimento vai sendo descoberto e analisado.

         O presente momento exige da escola e do educador a reformulação de ações, bem como a construção de uma educação que seja capaz de acompanhar o avanço tecnológico de uma sociedade da informação e da comunicação, exigindo o comprometimento ético de ambos. De acordo com DOWBOR(apud Almeida,1994,p.122):


 
                   “Frente a existência paralela deste atraso e da modernização, é que devemos trabalhar em dois tempos, fazendo o melhor possível no universo pretérito que constitui a nossa educação. Mas criando rapidamente as condições para uma utilização “nossa” dos novos potenciais que surgem”.

         Oportunizar a comunidade escolar o acesso às mídias, tecnologia da informação e comunicação, possibilita a todos uma melhoria na qualidade do processo ensino-aprendizagem. Para tento torna-se necessário apresentar a sala informatizada aos educandos e a comunidade como um trabalho sério de planejamento, estudo e avaliação constante.

         Segundo FREIRE(apud Almeida,1995,p.98):

                  “A educação não se reduz a técnica, mas não se faz educação sem ela. Utilizar computadores na educação, em lugar de reduzir pode expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas. Depende de quem o usa, a favor de quê e de quem e para quê. O homem concreto deve se instrumentar com os recursos da ciência e da tecnologia para melhor lutar pela causa de sua humanização e libertação”.

 
         A primeira concepção pedagógica sobre o computador é que ele fosse usado apenas com o conceito de instrução programada, o conteúdo é dividido em módulos, onde o educando responde a uma pergunta e se a resposta estiver certa o educando segue para o módulo seguinte, é o que se pode denominar de conceito de instrução programada. Este conceito desvincula, dissocia as disciplinas entre si. É uma abordagem onde os computadores são mais um recurso disponível, mas que não contribuem para uma reflexão de um modo significativo para a aprendizagem. Com relação aos programas educacionais, os softwares utilizados conduzem a uma atividade mecânica  e repetitiva que não deixa transparecer o  que o educando pensa. Existem muitos programas de uso na educação que fundamentam a teoria comportamentalista, onde a ação dos educandos se restringe a estabelecer associações entre estímulo e respostas, os softwares apenas transmitem informações aos educandos, onde o mesmo se encontra na posição de passividade. O computador torna-se um recurso otimizado, o software adquiri apenas a função de exercício e prática que traz um conhecimento pronto e acabado e o professor neste contexto é apenas alguém que avalia, a este basta dominar o recursos básicos de manuseio do computador.

          Segundo Kensky(2008, p.53):



"As tecnologias digitais são igualmente geradoras de novos problemas na educação. São softwares que prometem muito e dão pouco. São caros programas prontos, geralmente produzidos por empresas internacionais, traduzidos e aculturados para a suposta realidade  de um país e que em muitos casos, não são adequados aos objetivos pretendidos na proposta educacional da instituição.

          O computador é uma grande ferramenta de trabalho tanto para o educador como para o educando. O computador é um instrumento que privilegia a imagem, o som, o movimento e as cores, mas nada disso faz sentido se o mesmo continuar sendo usado sobre pressupostos comportamentalistas.  Segundo PARPET (apud Almeida,1985,p.56) “a maior parte de tudo o que tem sido feito até hoje sob  nome genérico de ‘tecnologia educacional’ ou ‘computadores em educação’ acha se ainda no estágio da composição linear de velhos métodos instrucionais com novas tecnologias.”

          A utilização do computador como ferramenta educacional deve ter a finalidade de o educando resolver problemas significativos, utilizar-se do uso de aplicativos como banco de dados, processador de textos, planilha eletrônica, gerenciador de textos de dados e utilizar-se de vários recursos disponíveis como redes de comunicação e de busca de informações é dar oportunidade ao educando de construir conhecimentos com suas próprias ações, neste contexto o aluno age de forma não linear, demanda diversas competências como planejar, analisar, resolver problemas, refletir e socializar seu pensamento.

         Segundo Almeida ,2000, p.36:


 “ O  aluno que programa o computador não recebe passivamente a informação; ele atua em um ambiente aberto, colocando-se por inteiro na atividade, estabelecendo um diálogo entre os polos objetivo e subjetivo de seu pensamento. Para que esse processo ocorra, é necessário que o professor crie um ambiente que estimule o pensar, que desafie o aluno a aprender e a construir conhecimento individualmente ou em parceria com os colegas. Isso propicia o desenvolvimento da autoestima, do senso crítico e da liberdade responsável”.


         Neste sentido dá se ênfase ao processo ensino aprendizagem, na construção do conhecimento   que favorece a formação de cidadãos críticos e autônomos para construir o próprio conhecimento.

         Não só o computador está presente no processo ensino aprendizagem, a imagem sempre esteve presente na história da humanidade, primeiro os primitivos que deixavam seus desenhos nas cavernas, depois com o avanço da humanidade surge a fotografia, o cinema e a televisão.
         No decorrer da história dos homens a televisão firmou- se como principal meio de veiculação de informação. Atualmente a sociedade está imersa na linguagem audiovisual. A ação da comunicação e os novos meios de comunicação em massa ou as mídias se expandem cada vez mais. Os suportes midiáticos como televisão, vídeos, cinema, rádio, internet tem uma importante penetração social, esses suportes compreendem as tecnologias específicas de informação e comunicação, que muitos denominam de TICs.
         Existem algumas tendências no campo tecnológico, como a determinista, onde a  mídia é responsável por todas as mudanças culturais , de modo isolado e centralizado, conhecido como midiacentrismo; a sintomática onde a tecnologia é vista como um produto auto gerado, gratuito , como uma dádiva, é uma percepção  otimista e não crítica e também isola a mídia das dimensões sociais mais amplas; e uso social das tecnologias que busca problematizar as relações entre demandas sociais e produção.                                              
                 E a cultura midiática é uma cultura envolvente, mas como a mídia mostra o mundo?

         Para Orofino(2005),existe a preocupação de que a televisão ao esquematizar as coisas pode banalizar ideias e mistificar as pessoas e ficar muitas vezes no estereótipo em relação aos negros, aos judeus, aos pobres, ao operário, à mulher, etc. Por isso a televisão deve ser acompanhada por uma pedagogia que analise criticamente, que significa lançar aos educandos a descoberta, a aventura de descobrir respostas a presença massiva e ideologicamente mercantil que  a mídia desempenha em diferentes contextos culturais, a comunicação social tem que fazer sentido. Torna-se necessário ter um debate mais amplo junto a sociedade frente ao conteúdo veiculado pelo mercado bem como dos abusos ideológicos e estéticos que veiculam pelas mídias. É importante destacar que a mídia não é a única responsável pelas mudanças culturais, existem processos sócios culturais mais amplos, mas ela faz parte, inclusive dentro das escolas. É preciso tomar a compreensão de que essas formas culturais sustentam velhos conteúdos que reproduzem as ideologias de dominação como também os preconceitos de classe, gênero, orientação sexual, étnico, geracionais, ente outros. Os conteúdos têm privilegiados aspectos da cultura consumista e classista.
          A escola é local de muitas culturas que provem tanto de identidades quanto de diferenças socioculturais. O papel da escola diante das mídias traduz-se na responsabilidade de ser atuante de potencializar sua condição de mediadora e assumir a responsabilidade de discussão sobre o contexto das mídias na sociedade. Trata-se de uma abordagem pautada na perspectiva dos usos sociais das tecnologias, pois as linguagens digitais oferecem ricas possibilidades de uso, de produção e de transformação das formas culturais existentes. Toda a atividade de intervenção, de movimento social que avance sobre a problematização das ideologias que sustentam relações de dominação é denominada de processos de reflexidade social, e é nesse sentido que a escola precisa avançar. Somente em uma escola aberta à comunidade, de gestão democrática e participativa é possível realizar o processo de reflexidade social, que compartilha da visão de que quanto mais intensa e significativa for a articulação de políticas culturais em comunidades maior será a mediação aos conteúdos de mídias e melhor será o processo de reflexão sobre a mesma. O que compreende propor a leitura crítica dos meios e também a produção criativa no próprio espaço escolar como espaço de respostas aos meios de comunicação de massa, tornando a escola um espaço de visibilidade para as culturas locais e para diferentes identidades socioculturais. Neste contexto transcende-se a condição de consumidores para a de produtores que constroem sua visão de mundo, pois a escola é local de direito de oportunidades de acesso à cultura, à informação e ao conhecimento, e esta é ainda um espaço que se constrói a democracia. O que concebe a escola trabalhar as linguagens midiáticas com a intenção de explicitar os conflitos silenciados pela opressão e pelo preconceito tão presentes no mundo globalizado.

          A partir do reconhecimento de identidades e diferenças e particularidades de cada um é que é preciso centrar as práticas de mediação de solidariedade na sociedade em que vivemos. Torna-se necessário compreender que a mídia também pode potencializar a mobilização social na luta pelos direitos dos cidadãos.

          Educadores precisam se posicionar como interlocutores da leitura que educandos fazem do mundo e da realidade existente diante das novas tecnologias de massa, é preciso entender que a aprendizagem não está em conteúdos informativos, mas sim na maneira como os educandos formam uma representação das informações que veiculam no mundo, o que significa propor a desconstrução dos sentidos veiculados pela mídia no mundo globalizado. Educadores precisam ser críticos para que em suas práticas formem leitores com competências e habilidades construtivas da leitura midiática crítica, é fazer o educando pensar na influência que as mídias exercem na sua própria sociedade.

          Nem todos fazem a mesma leitura de um determinado assunto, de uma determinada informação, a interpretação vai depender do contexto social a que está inserido, existem pontos de vistas diferentes, e esse é o foco, é preciso dialogar pois surgem várias interpretações sobre um determinado assunto, então o diálogo é fundamental para uma autêntica compreensão da realidade do nosso mundo.
           Para Paulo Freire(1975,p.112 ) “O diálogo é uma  relação horizontal, nasce de uma matriz crítica e gera a criticidade. Nutre-se de amor , de humildade, da esperança, da fé, da confiança. Por isso só o diálogo comunica.”
           O educando não pode ser só ouvinte. Orofino(2005), instiga a compreensão de que a tecnologia auxilia a superar modos de exclusão, pois se a escola oportuniza o diálogo da cultura local através do vídeo, da televisão ela está oportunizando que o educando amplie sua visão sobre a informação e o conhecimento veiculado, tornando-se assim a mesma um espaço de onde se aprende a democracia. A partir do questionamento, do reconhecimento das identidades e das diferenças é que se potencializam construções de conhecimentos, o que a autora denomina de pedagogia dos meios.
           Um dos recursos tecnológicos que nos dão a oportunidade de construção de conhecimentos é o vídeo, o mesmo já é usado há tempo na escola como recurso, mas atualmente é utilizado com uma nova metodologia, não mais apenas para assistir determinados vídeos para complemento de um determinado conteúdo. Hoje a escola tem a oportunidade de criar o vídeo, de oferecer a educadores e educandos a possibilidade de dominarem o software e se tornarem autores de determinado conteúdo, tendo-se a oportunidade de divulgação do vídeo bem como da troca de ideias, de pensamentos, de sentimentos. O vídeo é visto como sensibilização, pois a criação do mesmo desperta a curiosidade, motiva os educandos à pesquisa, e ainda, como produção, de registro de eventos, de aulas, de estudos de meio, de entrevistas e de depoimentos, traz um novo enfoque para o aprendizado de determinado assunto. Neste contexto há a oportunidade do educando criar um material audiovisual, oportuniza-o a aprender as técnicas desta ferramenta, bem como o traz para a condição de autor. À escola cabe incentivar a produção de pesquisa em vídeo pelos alunos e também a produção de programas informativos. A produção pode ainda contar um determinado assunto, isso resulta em pesquisas em jornais, revistas, entrevistas, elaboração de roteiros, gravação, edição, sonorização, o que traduz uma gama de aprendizados. O que acontece neste contexto é a interação ativa do aluno com a tecnologia, esta é vista como um processo de construção, onde o educando coordena os recursos disponíveis para criar conhecimento.
            O rádio como recurso tecnológico também é um instrumento que exercita os educando à democracia. Após a segunda guerra mundial com o crescimento da produção industrial começa-se a investir em produção tecnológica, as capacidades de transmissões radiofônicas foram ampliadas e o rádio torna-se um elemento fundamental para muitos cidadãos, pois o rádio era o instrumento onde se transmitia informações de várias partes do mundo. Atualmente o rádio encontra espaço nas escolas, ele contribui na formação dos educandos, dando-os a oportunidade de serem mais autônomos ao se envolverem no processo de criação e produção de mensagem radiofônica, selecionar o texto, analisar o que vai ser dito, que mensagem expor, qual a compreensão da mesma, auxilia na autoestima e valoriza os membros da comunidade escolar, já que o trabalho é construído no coletivo. O rádio torna-se um instrumento tecnológico que capacita a prática da cidadania.
                    Segundo Porto(2006,p.55):


 “ Numa pedagogia da comunicação, a  reflexão sobre temas do cotidiano discente e a construção de elementos expressivos de sua cultura – produzida com e através dos meios de comunicação – desenvolvem no sujeito uma compreensão mais elaborada, conscientizada sobre a realidade”.
        
           Outro meio de comunicação é a internet, esta deve ser pensada como uma tecnologia que possibilita o desenvolvimento de aprendizagens significativas, já que a mesma permite que o educandos se tornem participantes na busca de conhecimento, encontrando informações, construindo seus conhecimentos e dialogando suas descobertas. Muitos são os meios pedagógicos com a internet, a acessibilidade a fontes inesgotáveis de assuntos para pesquisa, comunicação e interação com outras comunidades, desenvolvimento inovador de comunicação, estímulo ao raciocínio lógico, incentivo à escrita e à leitura e desenvolvimento da autonomia, tudo isto é possível com orientação metodológica.
          Navegar na Internet pode ser produtivo ou não, vai depender da orientação dada aos educandos para que determinada situação ocorra, o que é viável é que seu acesso seja um processo de busca de conhecimentos, pois o que a escola visa é a formação do educando pesquisador, que tem a possibilidade de buscar informações e transformá-las em conhecimentos. Segundo DOWBOR (apud Almeida,2001,p.34) “construir  o seu próprio universo de conhecimentos passa a ser uma condição central de inserção social das pessoas.”
         A internet usada com responsabilidade pode ser de grande valia na construção de aprendizagens, a criação de blogs, de Webquests e Wikis, a interação com chats, listas de discussões e fóruns são ferramentas on line e uma nova maneira de aprendizado, o que se torna relevante é sempre avaliar o processo dessas ferramentas para saber se os objetivos pedagógicos com as mesmas estão sendo alcançados.

        A internet contribui para conectar pessoas no mundo, possibilitando trocas de informações e discussões sobre vários assuntos, é interativa, transpõe os limites geográficos e abre espaços para várias culturas, mas a internet não pode ser apresentada apenas como fonte de dados, tornar-se viável perceber que a mesma transforma também a maneira de se produzir conhecimento. Para Lima(2008,p.23):


                                    “É necessário superar, também, a concepção de que o conhecimento seja apenas informação. O conhecimento resulta da organização de informações em redes de significados. Esta organização não é uma organização qualquer, pois deve ser passível de ser ampliada por novos atos de conhecimento, por outras informações ou ainda ser reorganizada em função de atividades específicas à apropriação do conhecimento”.


 
           No caso da pesquisa pelos meios de comunicação e informação é importante o educando compreender, descobrir que as respostas encontradas nem sempre são as corretas. Para que o educando possa adquirir um conhecimento real é preciso criar a construção de uma visão mais ampla, ou seja, dar oportunidades a esta de adquirir um pensamento mais socializado, então ela perceberá mais a existência da necessidade de modificar sua argumentação e, assim utilizar o pensamento lógico e reversível, tomando consciência do que é seu pensamento e o que é dos outros, melhorando assim sua comunicação com o mundo. É essencial o envolvimento, com as crianças, da articulação dos conhecimentos prévios com a integração entre o debate e a pesquisa. Pedro Demo (1996,p.45) diz que “sem consciência crítica, conhecimento e participação não é viável o desenvolvimento humano, porque a população sequer se descobre como oportunidade”. E a educação deve dar oportunidades para que o educando descubra em suas próprias ações, suas potencialidades, e as mídias são estruturas em potencial de criatividade. Outro autor que se refere a criatividade e a expressão como chave essencial para a aprendizagem efetiva do que o mundo nos proporciona é Paulo Freire que tem como base os princípios de tomada de consciência e conhecimento crítico, para ele o educando deve aprofundar seus conhecimentos  e suas reflexões sobre o mundo para tomar consciência e atuar no sentido de mudança.
          A utilização dos recursos tecnológicos com responsabilidade é de suma importância para uma educação de qualidade.

          A era tecnológica atinge a escola e a mesma se questiona sobre seu papel como instituição numa sociedade moderna, caracterizada pela globalização da informação e da comunicação. A multiculturalidade é a forma mais significativa do tempo atual e a escola se confronta com as novas exigências de cidadania e busca uma nova identidade. Segundo Orofino, 2005, só numa escola de gestão democrática e participativa é que é possível realizar a pedagogia dos meios, ou seja, uma pedagogia onde os conteúdos das mídias seja mais reflexivo, a autora vai falar ainda, que é preciso propor a leitura crítica dos meios de comunicação e também propor a produção criativa no próprio espaço escolar como construção de respostas sociais aos meios de comunicação de massa. Tanto a gestão democrática quanto a pedagogia dos meios são caminhos a serem constituídos paralelamente, processos em construção permanente.
        A escola tem uma dimensão política que reflete na dinâmica de sala de aula, ampliar o conhecimento através de recursos tecnológicos através de uma metodologia educativa auxilia a experiência humana na escola, este é o conceito de educação como direito à formação e ao desenvolvimento humano.